Viver é um desafio a nos transformarmos no que somos - em essência- como uma semente específica que dá origem a uma árvore particular.
As várias mudanças com as quais nos confrontamos ao longo da vida - as transições - são oportunidades para transformações profundas.
A vida se serve de vários tipos de linguagens/mediadores para manifestar pistas ao longo do nosso caminho.
Demyurga representa simbolicamente o modo como me sinto chamada a ser-vir na vida.
A expressão que enforma para mim reveste-se na Filosofia e Cosmologia de Platão. Do grego demiourgos, a palavra significa alguém que trabalha para o povo. Perante a inevitável transformação no universo, o demiurgo observa e, qual artesão, ajuda a materializar as formas puras do mundo ininteligível.
É um conceito que me acompanha há quase três décadas, numa jornada de aprofundamento do significado traduzido no concreto da minha vida.
Sou alguém que se sente chamada a transformar o olhar acerca da morte, do luto, trazendo luz a estes processos:
Ser artesã de novas formas de olhar e viver a morte na vida.
Trazer luz e clareza às paisagens marcadas pelo sofrimento, perda, morte.
Ver para além do caos, da confusão- presentes nas mudanças, transições- o nosso potencial de transmutação.
Reconhecer o húmus que se gera com a morte.
Doula das Transições é a forma como manifesto o que sou. O que faço está integrado em mim, é uma extensão do que sou.
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