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  • Foto do escritorRita Lança

Testemunhos acerca do podcast


Dando continuidade ao artigo relativo ao podcast no Vozes da Transição (disponível no final do artigo)…


Falar sobre a morte é um dos grandes desafios a que me sinto chamada na vida.

Um dos aspectos objetivado por várias pessoas que escutaram o Podcast foi a importância de o conteúdo que comunico estar integrado em mim, fazer parte de quem sou, da minha história e que isso favorece que quem escuta seja redimensionado para as suas próprias referências, para as suas paisagens interiores.


Tem sido belíssimo revisitar essas vossas paisagens, pela vossa mão, assim como chegando à terra de um amigo que me desvenda os seus recantos, povoados pelas histórias íntimas de quem habita e se deixar habitar pelo que vive.


Das muitas preciosidades que espelham transformações profundas a que as pessoas se abriram ou se estão a abrir, a metáfora das mãos tem sido profícua em estórias que me deixam o rosto gotejado do mar dos nossos olhos.

Partilho-vos uma, de um casal que trago no coração.


Sabes, eu e meu marido enquanto acompanhámos o meu filho, estivemos sempre de mãos agarradas às dele, transmitiam calor, o nosso calor nas mãozinhas dele, dava -lhe calor e amor. (I&B)


E também a de (LM), que escolheu “reflorestar o seu coração”.


Abriste portas profundas em mim, que me levaram longe e perto, a lutos e partos necessários há tanto tempo. Obrigada pelo teu testemunho, eloquência e integridade. Abana estruturas e o coração fica a descoberto. Tens sempre uma grande capacidade de articulação de ideias, de estrutura na comunicação, de integrares muito no que comunicas e de trazeres a poesia, a beleza. Uma entrevista muito intensa, com muita informação, com muitas dimensões, com muita coisa para escavar, muita coisa para apontar.


Tocou-me muito isto do espiritual para o material…de materializar, tornar prático, visível naquilo que é invisível… trazer para o quotidiano as memórias da morte. À medida que vás falando estás a tecer as palavras, está tudo muito articulado e cosido à mão…O que mais me tocou e me levou longe e perto: imagem de teres tocado as mãos (de pessoas mortas), quando eras pequena. Isso transportou-me para a minha avó…sempre tive impressão do corpo dos mortos mas com a minha avó tive essa necessidade. Comoveu-me imenso voltar aí e a essa emoção. E também o medo que o meu pai morra sem eu comunicar o que quero comunicar. Foi um momento de catarse, tocou em pontos muito certeiros. Ouvir-te foi um desencadear…depois de ouvir escrevi uma poesia sobre as mãos da minha avó e escrevi, finalmente, a carta ao meu pai. E trouxe-me imensas luzes sobre as minhas questões. Obrigada por este mote que a tua palavra, o teu testemunho me trouxe.


Ou a história da Sofia e do Gabriel, relativa às dúvidas sentidas pelos pais.


Gostei muito de te ouvir falar do funeral como um ritual e de como é importante as pessoas verem o corpo para puderem fazer o seu próprio luto. Lembrei-me que quando o meu avô morreu o Gabriel tinha 5 anos. O Gabriel adorava o avô…Na altura tive grandes dúvidas, não sabia se o havia de levar ao funeral ou não pelo facto de ser tão pequeno e por toda a gente achar que os miúdos não devem assistir a um funeral. Eu não tinha assistido a um funeral quando era pequenina. Acabei por levá-lo à capela para ver o corpo do avô e senti que para ele foi uma coisa tão normal, ele não ficou chocado. As pessoas todas a olharem…então, ela traz um menino tão pequenino para aqui, mas o que é certo é que depois o Gabriel me acabou por fazer perguntas…foi tudo sendo normal. Eu acho que é tão importante desmistificar esta ideia da morte, encarar a morte como algo que é natural e um processo normal, falar sobre isso. Nunca se fala por ser algo doloroso mas não tem de ser tão difícil de falar. Eu mostrei ao Gabriel que estava triste e chorei ao pé dele e é tão importante eles perceberem isso, para que no futuro também consigam expressar as suas próprias emoções. A entrevista tocou-me porque confirmou o que na altura me gerou dúvida. (Sofia Cardoso)


Tem-me tocado particularmente a rapidez com que as pessoas estão a integrar estas propostas na vida…A Sónia Fialho que passou a fazer-se acompanhar de um livro de poesia como forma de contemplação diária da morte ou o Filipe Raposo- Foi um prazer escutar-te. Trouxeste muita sabedoria e estórias deliciosas. É de facto um tema que precisa de ter mais presença na nossa cultura e nas nossas vidas. Fiquei motivado para criar uma prática de contemplação da morte.


Partilho alguns destes testemunhos:


Que entrevista deliciosa (Ricardo Rodrigues)


O podcast tocou-me profundamente, tem uma dimensão tão inspiradora, revolucionária, acordada. (Célia Fernandes)


Identifiquei-me muito com muita coisa. Até porque, como médico de família, também a escuta, a presença, o acompanhamento em fases de mudança, é super importante. E é mesmo importante estarmos atentos a todas as fases de vida, e antecipar as mudanças de fase, que são, como muito bem disseste, uma ameaça, mas ao mesmo tempo uma grande oportunidade!!! Fiquei com a sensação de que ouvir-te ontem, foi quase uma terapia de spa ou foi como ler um bom livro!! Foi mesmo muito bom! E gostei muito da forma simples e tão bonita como colocaste tudo. (André Pedras)


Uma linguagem fluída, expressiva e cativante. O tema é profundo na sociedade actual. Um conceito " inovador" com outra roupagem e renovado a partir dos nossos antepassados, através das diversas fases da vida (mortes) e ausência física para sempre, tudo se resume essencialmente à criação de um canal de amor. (Clara Carraça)


Fala da morte com muita leveza, claridade e naturalidade usando a sua própria experiência, humor e o profundo conhecimento que ela tem. Me ajudou muito o trecho da poesia sobre o tempo e o convite que a Rita nos faz a reflectir sobre nossa vida. Também gostei muito da metáfora da lagosta, achei perfeita para explicar as transições que todos experimentamos ao longo da vida. A Rita também explica muito bem como é que surgiram as doulas da morte e porque que ela escolheu se chamar “doula da transição”. (Verónica Lamaison)


Agradeço o teres dado nome, palavra a coisas que ainda não conseguia nomear, a capacidade de trazer e partilhar tantas referências, de articulação e integrar tanto numa conversa só. (Filipa Gallis)


Obrigada por partilhar pensamentos tão lindos. É um prazer ouvir o tom da sua bela voz subir e descer. Adorei os momentos em que ambas se riem como crianças travessas que encontram o que estão procurando. (Nacho Goienetxe)


Nota-se o entusiasmo da Carla que está a entrevistar, é bonito de se testemunhar, a pessoa que entrevista a deixar-se tocar por aquilo que ouve. (LM)


Gostei tanto de te ouvir e aprendi tanto, é sempre maravilhoso ouvir-te porque falas sempre com imensa paixão. Gostei muito de ouvir as metáforas que foste introduzindo, fazem todo o sentido na conversa, até a referência bibliográfica que apontei e quero ler. Veio reforçar muito que tinha cá dentro mas também veio acrescentar muito. (Rita Silva)


Gostei muito, aprendi muito, muito impressionante, és mesmo tu, és como uma enciclopédia…a maneira como falas tão claramente, explicas, os dados… (Ulises Miranda)





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